Alegria

Eclesiastes 7.3-6

A insensatez alegra quem não tem bom senso, mas o homem de entendimento procede com retidão (Pv 15.21).

Parece muito estranho dizer que a tristeza é melhor do que o riso. Que passar por aflições é motivo de grande alegria. Que bem-aventurado é o que chora.
Na verdade o que o texto quer dizer é que, na maioria das vezes, os benefícios da tristeza são maiores do que o das celebrações de alegria. No momento da maior provação somos fortalecidos. Por trás de um rosto triste existe um coração que pensa. Já nas muitas festas, em meio a risos, nos tornamos tolos. Um riso irreverente e tolo leva insensatez ao coração.
Paulo falando sobre este assunto disse: “Quando sou fraco, então, é que sou forte.” A soberba desaparece quando estamos chorando, pois a tristeza nos acorda para a luta. A luta perseverante traz integridade e nova alegria. Quando há muita euforia e encantamento, podemos nos desviar da realidade. Atraídos pelo poder da alegria e suas fantasias ficamos alheios à verdade. Já quando passamos por dificuldades temos melhor concentração. Desligamos o piloto automático e passamos a pensar melhor, enxergar melhor, decidir melhor.
Isso não significa que não podemos aproveitar os momentos felizes. Podemos e devemos, mas precisamos manter o coração lúcido. Quando tudo estiver bem, aproveite, fique contente. Em Eclesiastes 3.12 Salomão diz que não há nada melhor para o homem do que regozijar-se e levar vida regalada. Mas ele alerta que isso sem a presença de Deus não tem valor algum.
Devemos nos alegrar tomando cuidado com o porquê estamos nos alegrando. Não é verdadeira a alegria que se alegra oprimindo os outros, a alegria que se alegra da tristeza dos outros. Também não devemos confundir alegria com folia. Alegria não é folia. Folia é uma falsa alegria, uma alegria que permanece por um tempo pequeno, provocando depois um grande vazio e tristeza. Não é alegria a alegria que se alegra com o que desagrada a Deus.

A falsa alegria leva à decepção, a tristeza faz melhor o coração.