Líderes qualificados, igrejas abençoadas (Estudo 5)


5. LÍDERES DA PAZ
Consideremos agora as virtudes que permitem que os líderes sejam instrumentos da paz e harmo-nia no lar, no trabalho e na igreja.
“Não arrogante”
Tt 1.7. Arrogar é ter como próprio, atribuir-se a si. Diz-se “arrogar-se o direito de”. O  indivíduo arrogante é altivo, orgulhoso, pretencioso, teimoso; ele pensa que nunca erra, e jamais admite que cometeu um erro; sempre acaba fazendo o que quer.
Se tiver que entregar os pontos, ele o faz resmungando. “Esta bem” – diz ele – “mas acho que esta não é a melhor maneira de resolvermos o assunto…” O homem arrogante age corno um ditador no seu lar, e a tendência é ser assim no trabalho e na igreja. Ele toma as decisões e os outros quase nada podem dizer ou fazer, senão curvar-se à sua vontade (pelo menos na sua presença).
A palavra grega traduzida por arrogante em Tt 1.7 só aparece em mais urn outro lugar no Novo Tes-tamento:  em II Pe 2.10. Aqui foi usada num contexto mais amplo, rico em significado. Trata-se de um caso extremo de arrogância. Pedro adverte os cristãos contra os falsos mestres e diz como reconhecê-los. Eles “seguirão as suas práticas libertinas, e… movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias…” (2.2-3). Eles “menosprezam qualquer governo”. Serão “atrevidos, arrogantes” (2.10). Seu coração será “exercitado na avareza” (2.14), e falarão “palavras jactanciosas de vaidade” (2.18). O perfil está claro. O homem arrogante é um homem egocentralizado…
“Não irascível”. Tt I.7. 0 líder cristão não pode ser irascível; não pode irritar-se ou encolerizar-se com facilidade; não pode perder as estribeiras; não pode ser “pavio curto”.
Nem toda ira é pecado. A Bíblia fala da ira de Deus (SI 76.7; Jo 3.36). Mas esta tem o sentido de “justa indignação” (SI 7.11) e justo juízo (Rm 2.5-10; Ef 5.6). Jesus manifestou indignação repetidas vezes durante o seu ministério terreno (Mc 3.5; Jo 2.13-17). Os cristãos, conseqüentemente, podem e devem irar-se, manifestando a sua indignação e reprovação ante o pecado. De fato, há uma grande necessidade de mais ira contra o mundo de hoje. Devemos, diante do mal descarado, ficar indignados e não tolerantes, zangados e não apáticos. Deus odeia o pecado e Seu povo deve odiá-lo também. Se o mal desperta a Sua ira, também deve despertar a nossa. Ver Nm 16.1S; I Sm 11.6; SI 119.S3.
Ao mesmo tempo, devemos lembrar-nos de que nós próprios somos pecadores, inclinados à intemperança e à vaidade. Precisamos vigiar esta nossa ira santa e cuidar para que não se transforme em ira pecaminosa. Veja SI 4.4; Ef 4.26-27. Nesta ultima passagem, Paulo tem o cuidado de equilibrar sua expressão permissiva, “irai-vos”, com três negativas:
(a)    “Não pequeis” Devemos assegurar-nos de que a nossa ira esteja livre do orgulho ofendido, do despeito, da malícia, da animosidade e do espírito de vingança.
(b)    “Não se ponha a sol sobre a vossa ira”. Isto quer dizer: não fiqueis acalentando a ira; não deixeis que degenere em ressentimento (ver Os vs. 31-32).
(c)    “Nem deis lugar ao diabo”, porque ele sabe quão fina é a linha entre a ira santa e a ira pe-caminosa, e quão difícil é para nós encontrar-mos um uso responsável para a ira. O diabo gosta de ficar espreitando as pessoas zanga-das, esperando poder tirar proveito da situação ao provocá-las para o ódio ou a violência, ou a um rompimento do comunhão.
“Não violento…”
I Tm 3.3. Tt 1.7. 0 que Paulo condena aqui é a atitude agressiva que resulta da ira pecaminosa. Há indivíduos que parecem estar sempre com os punhos cerrados, prontos para uma briga; são iracun-dos, belicosos. Porque Deus se agradou da oferta de Abel e não da sua, Caim “irou-se sobremaneira” e acabou matando o irmão (Gn 4.4-8). Moisés tornou-se um homem “mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3). Mas  ele também teve os seus problemas com a ira que degenera em raiva e, por fim, em violência. Ver Êx 2.11-12; 32.19; Nm 20.11 com vs. 8 e 12. Tiago e João, discípulos de Jesus, intentaram pedir fogo do céu para consumir os samaritanos que não quiseram hospedá-los, a eles e a Jesus (Lc 9.54).
“… porém cordato…”
Tt 3.2; I Pe 2.18 e Tg 3.17. Nesta última passagem descreve-se a “sabedoria lá do alto”. Esta é “pura. pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia…”  Esta é a idéia. O crente cordato é diametral-mente oposto ao iracundo. Ainda que jamais compromete a verdade bíblica, ele está disposto a ceder quando a questão envolvida carece de importância real, e mais ainda quando se trata dos seus próprios direitos. Isto ele faz no espírito de I Co 6.7: “O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis antes a injustiça?… o dano?”
“…inimigo de contendas”
Esta expressão é ainda mais abrangente que a anterior, pois uma pessoa pode não estar inclinada a “sair no braço” e, todavia, gostar das contendas de palavras. Veja I Co 1.11-12;.3.3; I Tm 1.3-7; Tt 3.9 e especialmente II Tm 2.23-25.


Veja todos os estudos no link abaixo
http://www.hebert.com.br/search/label/Lideran%C3%A7a