Canção à morte

2Timóteo 1.6-10

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).

Uma jovem chamada Maria Helena da Silveira, aos 22 anos de idade, no ano de 1944 escreveu o seguinte poema: “Eu espero a Morte como se espera o Bem-Amado. Não sei quando virá, nem como virá. Mas eu espero. E não há medo nesta expectativa. Há somente ânsia e curiosidade porque a Morte é bela. Porque a Morte é uma porta que se abre para lugares desconhecidos, mas imaginados. Como o amor, nos leva para um outro mundo. Como o amor, começa para nós outra vida diferente da nossa. Eu espero a Morte como se espera o Bem-Amado. Porque eu sei que um dia ela virá e me receberá em seus braços amigos. Seus lábios frios tocarão a minha fronte, e sob a sua carícia eu adormecerei o sono da eternidade. Como nos braços do Bem-Amado. E esse sono será um ressurgimento. Porque a Morte é a Ressurreição, a Libertação, a Comunicação total com o Amor total.”
Por mais que tenhamos medo do desconhecido o dia da nossa morte é algo que não deve ser aguardado com ansiedade. Jó usa uma expressão interessante para falar de sua espera. Ele afirma que tem saudade deste dia (“de saudade desfalece o coração” Jó 19.27). Ele diz isso, pois sabia que este dia, mais do que o dia da sua morte, seria o dia da sua ressurreição. Sua alegria estava baseada na sua crença de que ele iria ver a Deus (“os meus olhos o verão” Jo 19.27). 
Desta forma se cremos em Cristo, e cremos que ele destruiu a morte, como trouxe luz à imortalidade mediante o evangelho, estamos seguros. Podemos esperar a morte como se espera o Bem-amado. 


Morte é o dia em que a morte morre.