Prosperando no Deserto

Resumo do Livro do Rev. Hernandes 
O que distingue um vencedor neste mundo tormentoso daqueles que sucumbem o tombam vencidos nos desertos da vida não são as circunstâncias. A crise chega para todos. A diferença está na atitude com que cada um enfrenta a crise.


Todo o arraial de Israel chorou, desesperado, com medo de lutar contra os gigantes e, também, de não tomar posse da terra prometida. Somente Josué e Calebe tiveram uma visão otimista. Todo o povo pereceu no deserto; só os dois visionários entraram na terra que manava leite e mel.

O deserto é o cemitério dos covardes e incrédulos, mas também campo de semeadura e treinamento para os que confiam nas promessas de Deus.

A experiência de Isaque tras grandes ensinos sobre com enfrentar os desertos

A crise foi um tempo de oportunidade na vida dele. Em vez de se desesperar, ele seguiu a direção de Deus e triunfou num tempo em que todos estavam fracassando. 

Gênesis 26

1. No deserto da crise precisamos seguir a orientação de Deus

Isaque também está enfrentando uma crise.  E não é uma crise pequena. A fome assola a sua terra. Seu país vive o drama do empobrecimento coletivo. A esperança do povo está morta. Os sonhos, destruídos. Há uma inquietação no ar, um rumor entre as famílias.

O que fazer na hora em que você se vê encurralado pela crise?

O grande perigo na encruzilhada da crise é tomar a direção errada. Isaque queria ir para o Egito, lugar de fartura, riqueza e segurança.

Isaque queria fugir da crise, não enfrentá-la.

Deus exortou-o a recusar a imediata abundância do Egito por bênçãos invisíveis (Gn 26.3) e mais remotas (Gn 26.3,4).

Muitas pessoas fracassam na vida exatamente porque na crise deixam de atender à voz de Deus e descem para o Egito, onde negociam seus valores absolutos, transigem com suas consciências e tapam os ouvidos para não atenderem à voz de Deus.

José foi tentado no Egito - Preferiu a privação do cárcere à liberdade do adultério. Preferiu sofrer as conseqüências como inocente a ser honrado como culpado. Preferiu ouvir a voz de Deus à de uma mulher com cheiro de pecado.

2. No deserto da crise precisamos nos voltar para as promessas da Palavra de Deus

Gerar foi o lugar que Isaque nasceu. Deus irrompe na sua história e lhe diz: "Não fuja, floresça onde você está plantado. Não corra dos problemas. Enfrente-os. Vença-os".

Mas Deus acalma o coração de Isaque dizendo-lhe: "Calma! Eu estou contigo. Calma! Eu tomo conta da sua descendência. Calma! Seu futuro está nas minhas mãos. Calma!
Farei de você e da sua descendência uma bênção para o mundo".

Uma presença consoladora
Deus diz a Isaque: " Permaneça nesta terra e eu estarei com você" (Gn 26.3)
A palavra de encorajamento que Deus dá a Isaque é a garantia da sua presença com ele.

A promessa é sustentada mediante a obediência.

3. No deserto da crise precisamos obedecer a Deus sem racionalizações

A crise é um tempo de oportunidade. As grandes lições da vida são aprendidas no vale.

O deserto é o cemitério dos covardes e incrédulos, mas também campo de semeadura e treinamento para os que confiam nas promessas de Deus.

Isaque também é convocado a obedecer a Deus no fragor da crise.

O Senhor tem duas ordens para ele.
Primeira: "Não desça ao Egito" (Gn 26.2).
Segunda "Procure estabelecer-se na terra que eu lhe indicar" (Gn 26.2).

Floresça onde você está plantado. A solução do problema não está em mudar de lugar, mas em mudar de atitude.

Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Ele obedece prontamente, pacientemente (Gn 26.6). Deus o manda ficar, ele fica. Deus dá uma ordem, ele obedece.

A obediência imediata abriu-lhe a porta da esperança. Ele prosperou naquela terra. Ali ele viu milagres extraordinários acontecendo.

O nosso triunfo é resultado da nossa confiança em Deus.

É Deus quem transforma desertos em pomares e fracassos em vitórias. É ele quem faz dos nossos vales verdadeiros mananciais.

Muitos transformam os desertos da vida em campos de murmuração. Outros ficam empapuçados de amargura contra Deus ao enfrentarem as privações naturais do deserto.



4. No deserto da crise precisamos saber que a tentação vem depois de uma grande bênção

No deserto da crise precisamos saber que a tentação vem depois de uma grande benção
Os grandes homens têm também os pés de barro. Uma grande vitória hoje não é garantia de sucesso amanhã. Não há um tempo mais perigoso e vulnerável na vida de uma pessoa do que depois de uma grande vitória. A tendência é o relaxamento depois de uma grande luta. O triunfo em uma luta pode fazer-nos baixar a guarda e ensarilhar as armas.

A tentação tem diversos ângulos. Às vezes a pessoa é cuidadosa em uma área, mas não vigia em outra. Muitas pessoas são honestas no trato com o dinheiro, mas são vulneráveis na área do sexo. Outras são zelosas quando se trata de sexo, mas são relapsas quando se trata de lidar com dinheiro. Há aqueles cujo ponto vulnerável é a sede de poder. Há pessoas confiáveis nos negócios, mas pervertidas moralmente.
Ouvi certa vez a história de um homem que saiu com uma mulher para fazer um lanche. Pediram o lanche ao atendente e foram a um parque onde pretendiam degustar o delicioso cardápio. Logo que desembrulharam o pacote, descobriram que era um maço de dinheiro. O dono da lanchonete equivocou-se. Entregou o dinheiro que deveria ir para o banco pensando ser o lanche. Ao perceber o engano, o homem imediatamente voltou à lanchonete para devolver o dinheiro. O dono do estabelecimento já estava aflito, angustiado com o seu engano. Quando recebeu o dinheiro, exultou de alegria e dis_se: "Esse fato precisa ser registrado. Ainda exis_tem homens honestos. A nossa cidade precisa tomar conhecimento da sua honestidade. Chamarei um repórter. Tiraremos uma fotografia do casal e contaremos essa história de honestidade para todos". O homem, porém, recusou terminantemente a proposta, dizendo que a mulher que o acompanhava não era a sua esposa, e que ninguém deveria saber desse fato. O homem era confiável em uma área, mas vulnerável e falho na outra.

O mesmo Isaque, que já tinha uma longa caminhada com Deus, que já ouvira Deus falar com ele e que estava pronto a obedecer a Deus, comete agora um sério deslize moral.

Ele, que já passara por provas mais difíceis, agora naufraga em uma prova menor.

Isaque tem medo de apresentar sua mulher como esposa.

Pensando em se proteger, ele a expõe. Para salvar sua pele ele coloca a sua mulher em perigo. Isaque cometeu três delitos graves.

A- mentira.   B- egoísmo.  C- medo.

Um dos grandes perigos de usar máscaras é que elas podem cair a qualquer hora. Muitas vezes, as máscaras caem nas horas mais inesperadas.

Ouvi certa feita uma história que retrata bem essa situação. Um homem acaba.ra de sair da faculdade, formado em Direito. Montou um belo e requintado escritório de advocacia. Os móveis eram muito bonitos. A ornamentação da última moda. Ia todos os dias para o escritório impecavelmente trajado. Só havia um problema. Ele não tinha ainda nenhum cliente. Certo dia, porém entrou em sua sala o primeiro cliente. Imediatamente o homem pegou o telefone e começou uma conversa empolgada aparentando discutir uma grande causa jurídica envolvendo muito dinheiro. Queria na verdade impressionar o cliente que estava bem à sua frente. Quando terminou a conversa ao telefone, virou-se para o homem que o aguardava pacientemente e disse-lhe: "Pois não, estou às suas ordens". O homem então lhe falou: "Eu sou funcionário da empresa telefônica e vim ligar o seu telefone que ainda não funciona".

Mentira
Isaque afirma que Rebeca é sua irmã. Ele nega o mais estreito dos vínculos entre duas pessoas, o casamento. E assim coloca sua mulher em uma situação extremamente complicada.

A vida não é um teatro. Viver com máscaras não é seguro. A mentira descoberta torna-se mentira reprovada (Gn 26.10,11). Abimeleque repreende severamente a Isaque. Um ímpio chama a atenção de um servo de Deus. Isaque havia feito um grande mal a si, à esposa e ao povo filisteu. Seu ato precipitado e sem fé era uma loucura consumada. Ele foi irresponsável. Jogou sua mulher no mercado da cobiça. Colocou-a no balcão dos desejos. Abriu as portas para que uma cunha de infidelidade entrasse em seu casamento.

Egoísmo
Isaque fez de um dote de sua esposa, a beleza, um instrumento para a sua queda. Isaque preferiu partilhar sua mulher com outro homem a correr riscos. Sua mentira era uma negação do seu amor. Sua dissimulação era o oposto do seu romantismo. Ele acaricia a esposa e faz juras de amor no recesso do quarto, mas em público nega o compromisso firmado com ela. Sua covardia é maior do que o seu amor. Seu egoísmo silencia todas as vozes do seu acendrado sentimento romântico.

Medo
Isaque temeu porque não amou. O amor corre riscos. O amor não transige com o erro. O medo de Isaque foi desamor à esposa e descrença em Deus. Ele temeu ser morto por causa da esposa, porque deixou de confiai" no livramento de Deus. Ele quis tomar os cuidados da sua vida em suas próprias mãos.


5. No deserto da crise precisamos desafiar os prognósticos pessimistas

Isaque tinha muitas razões para não fazer investimentos em Gerar. O clima geral era de pessimismo. O desânimo tomava conta de todos. Talvez Isaque tenha ouvido muitos afirmando: O lugar aqui é deserto. Aqui não chove. A terra está seca. Aqui não tem água. Este lugar não serve para agricultura. Qualquer investimento de plantio não dará certo. Outros já tentaram e fracassaram. Não tem jeito, não podemos sair dessa crise.

"Isaque formou lavoura naquela terra" (Gn 26.12).

Para prosperar no deserto, é preciso ter iniciativa e criatividade.

Quando estamos vivendo no deserto, precisamos nos tomar especialistas em derrotar crises.

Isaque começou a cavar poços. Ele cavou sete poços e especializou-se no que fazia. 

Ele prospera onde todo o mundo está passando fome.

Precisamos nos especializar naquilo que fazemos. Henry Ford foi o primeiro homem a fabricar carros em série, no mundo. Charles Steinmetz era um homem deformado, feio, anão, porém uma das maiores inteligências do mundo na área da eletricidade. Foi ele quem fabricou os primeiros geradores para a fábrica Ford, em Dearborn, Michigan. Um dia os geradores queimaram, e toda a fábrica parou de funcionar. Mandaram chamar vários mecânicos e eletricistas para consertá-los, mas ninguém conseguiu recolocá-los em funcionamento. A empresa estava perdendo muito dinheiro. Então, Henry Ford mandou chamar Charles Steinmetz. O gênio chegou ali e começou a remexer por algumas horas. Depois ligou a chave geral, e a fábrica inteira voltou a funcionar. Alguns dias depois, Henry Ford recebeu a conta de Steinmetz, no valor de dez mil dólares. Embora Ford fosse muito rico, devolveu a conta com um bilhete: "Charles, essa conta não está muito alta para um serviço de poucas horas, em que você apenas deu uma mexida naqueles motores?". E Steinmetz devolveu a conta para Ford, mas desta vez havia uma explicação: "Valor da mexida nos motores: dez dólares. Valor do conhecimento do lugar certo para mexer: nove mil e novecentos e noventa dólares. Total: dez mil dólares". E Ford pagou a conta.

Buscava um milagre, mas pronto a trabalhar até a exaustão.

Oliver Cromwell dizia aos seus soldados: "Confiem em Deus, mas mantenham a pólvora seca."


6. No deserto da crise podemos experimentar OS maiores milagres de Deus

Isaque colheu a cento por um no deserto em tempo de seca (Gn 26.12).

"O homem enriqueceu, e a sua riqueza continuou a aumentar, até que ficou riquíssimo" (Gn 26.13).

Tornou-se próspero empresário rural (Gn 26.14). A razão: "Porque o Senhor o abençoou" (Gn 26.12b). "A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma" (Pv 10.22).

Mas Isaque não ficou rico de braços cruzados. Ele suou a camisa. Ele botou a mão na massa. Ele cavou poços. Plantou, investiu e tra_balhou. Foi um empreendedor.

É hora de parar de falar em crise e arregaçar as mangas. É hora de parar de reclamar e começar a trabalhar com afinco.

É no deserto que Deus pode fazê-lo prosperar.

7. No deserto da crise precisamos estar preparados para enfrentar oposição sem deixar o coração azedar
Fraqueza

O seu sucesso sempre incomodará alguém. São poucos os que se alegram com a sua vitória.

Isaque enfrentou três problemas graves ao mesmo tempo que alcançava grandes vitórias,

A inveja dos filisteus (Gn 26.14)
A inveja é um sentimento mesquinho que corrói como câncer. O invejoso é aquele que não se alegra com o que tem e ainda sente desgosto pelo que não tem. O invejoso é aquele que sofre porque não tem o que é do outro. Ele se torna infeliz porque vê o outro feliz.

A prosperidade de Isaque começou a incomodar os filisteus. Eles já não olhavam para ele com bons olhos.

Os filisteus não tiveram uma inveja passiva. Eles procuraram atormentar a vida de Isaque, o perseguiram, trouxeram-lhe muitos problemas. Entulharam seus poços e contenderam com ele.

A rejeição de Abimeleque (Gn 26.16)
Ao ver o sucesso de Isaque, Abimeleque sentiu-se ameaçado, encarando-o como um rival que precisava sair do seu caminho. Em vez de aprender com Isaque, Abimeleque afastou-o da sua vida.

Em vez de observar os princípios que estavam por trás do sucesso de Isaque, mandou-o embora.

 Isaque era bem-vindo enquanto lutava pela sua sobrevi_vência. Mas, quando se tornou opulento e próspero, sua presença começou a incomo_dar os amantes do poder.

A contenda dos pastores de Gerar (Gn 26.20,21)
Isaque foi expulso por Abimeleque. Tomou então a direção do vale de Gerar.

Ele não se sentiu derrotado nem se entregou às lamúrias e lamentações.

Não deixou o seu coração azedar, mas buscou novos horizontes.

Ao chegar ao vale de Gerar, Isaque não cultivou uma atitude saudosista em relação ao seu passado de prosperidade e riqueza. Não se deixou deprimir com o fim de uma história timbrada por tantas conquistas.

Resolveu construir uma nova história naquele vale.

Isaque começou a cavar poços. O lugar era seco. Não havia possibilidade de sobreviver ali sem água. A água era a sua maior necessidade. A água era uma condição não apenas para a sua sobrevivência, mas também para a possibilidade de novas conquistas.

O mesmo Deus que lhe dera prosperidade na terra dos filisteus agora lhe faria prosperar no vale. Contudo, o sucesso de Isaque em cavar poços produziu contenda entre os pastores de Gerar. O sucesso de Isaque nova mente incomoda quem está perto dele. As pessoas que estão à sua volta não conseguem conviver com o seu triunfo.

Mais uma vez, Isaque não briga pelos seus direitos. Ele não declara guerra contra os pastores de Gerar para provar que os poços lhe pertenciam. Ele abre mão dos seus legítimos direitos. Ele não contende. Ele não briga. Ele vai adiante. Ele busca novas oportunidades. Ele cava novos poços. Ele tem uma reação transcendental.

Isaque nos ensina que é melhor sofrer o dano do que entrar em uma briga buscando os nossos direitos.

Não vale a pena viver brigando, com o coração cheio de mágoa. Viva em paz com todos os homens. Sua paz interior é uma riqueza que ninguém lhe pode roubar.

Isaque nos ensina o princípio de que não podemos ser verdadeiramente prósperos sem exercitar o verdadeiro perdão. A vida sem o exercício do perdão torna-se um fardo pesado.

Quem não perdoa não tem paz. Quem não perdoa adoece.

Finalmente, Isaque nos ensina o princípio bíblico de que o homem que teme ao Senhor, Deus o reconcilia com os seus inimigos (Pv 16.7). Abimeleque o expulsa, mas depois o procura, lhe pede perdão e reconhece que Isaque é ""o Senhor tem abençoado"" (Gn 26.29).


8. No deserto da crise precisamos reabrir as antigas fontes, sem deixar de cavar novos poços (Gn 26.18-22,25,32)

Isaque tem um problema vital no Vale de Gerar
Não há água. Sem água, não há vida. Você pode ter o melhor solo, a melhor se mente e os melhores fertilizantes, mas sem água a semente morrerá mirrada no útero da terra. Sem água, a morte prevalece.

Isaque aprende com a experiência dos mais velhos
Isaque não chama os especialistas para cavar poços, mas aproveita a experiência do seu pai. Abraão já havia cavado aqueles poços e encontrado água. Precisamos reabrir as fontes de vida que abasteceram nossos pais.

Precisamos redescobrir as fontes de vida que nossos pais beberam e que foram entulhadas pela corrupção dos tempos. Os filisteus modernos têm jogado muito entulho nas fontes que abastecem nossa vida.

Precisamos cavar esses poços outra vez, La existe água boa. Lá existem mananciais.

Precisamos voltar às antigas veredas, à prática das primeiras obras. Precisamos voltar ao nosso primeiro amor, reunir a família em torno da Palavra, voltar a orar juntos, a fazer o culto doméstico.

Precisamos voltar a orar por avivamento, reaprender a jejuar.

Não estamos precisando de novidades, de correr atrás de cisternas rotas. Precisamos do Antigo Evangelho.

O profeta Jeremias denunciou aqueles que abandonaram o Senhor, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas rotas que não retêm as águas. De forma semelhante, muitas igrejas hoje estão buscando avivamento sem doutrina, revestimento de poder sem as balizadas da verdade revelada de Deus. Por isso, temos visto muito movimento, mas pouco resultado; muito choro, mas pouco quebrantamento; muito trovão, mas pouca chuva; muitas folhas, mas pouco fruto; muita aparência, mas pouca realidade. O movimento tem-se transformado em monumento. A unção está se tornando inanição. Á comunhão está virando socialização. E a adoração está virando encenação.

Isaque não se contentou apenas com as experiências do passado; ele queria mais (Gn 26.19-22,32)

Isaque era um homem sedento. Queria sempre mais. Ele saiu da terra dos filisteus, foi para o vale de Gerar, depois para Reobote, depois para Berseba.

Mas, por onde ia, cavava poços. Ele não desanimava diante das dificuldades.

Queria água no deserto. Berseba, antes um deserto, agora era uma cidade, porque Isaque encontrou água ali. Isaque não apenas desentupiu os poços antigos; ele cavou poços novos.

Não desprezou o passado, mas também não ficou preso a ele. Isaque não jogou fora a herança deixada por seu pai, mas não se limitou a ela.

Isaque sabia que podia alargar os horizontes da sua vida. Não se acomodou e continuou cavando poços. Foi além. Ele queria mais. Transformou o seu deserto em fonte de águas.



9. No deserto da crise precisamos tirar o entulho dos filisteus para que a água possa jorrar (Gn 26.18)

No deserto da crise precisamos tirar o entulho dos filisteus para que a água possa jorrar (Gn 26.18)

Isaque compreendeu uma verdade sublime: havia água nos poços. Mas ela não podia ser aproveitada. Os filisteus tinham soterrado os poços com entulho, por isso a água deixara de jorrar.

Deus tem para nós fontes, rios de água viva. Mas muitas vezes essas fontes estão entupidas. A água não jorra porque há entulho e lixo que precisa ser removido.

O entulho dos filisteus impedia os poços de jorrarem. A água estava lá, mas soterrada, impedida de escorrer.

Antes de sermos cheios do Espírito de Deus, precisamos tirar o entulho do pecado. Deus é santo.

Ele não comunga nem transige com o pecado. Onde há entulho entupindo os poços, a água não brota. O pecado impede que as torrentes de Deus fluam em nós



10. No deserto da crise precisamos conjugar trabalho e liturgia (Gn 26.24-25)

Precisamos trafegar da igreja para o nosso trabalho com a mesma devoção. Toda a nossa vida está envolta pelo sagrado.

Nosso labor é santo. Nosso trabalho é santo. Nossa segunda-feira precisa ser tão cúltica quanto o culto de domingo. Se no seu escritório, no seu balcão, no seu comércio, na sua indústria, no seu campo, você não levanta altares a Deus, seu culto na igreja será vazio.

Isaque nos ensina o princípio de que tudo na vida é sagrado. Cavar poços deve ser um ato litúrgico.

Tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus. Tudo o que fizermos, seja em palavra ou em ação, devemos fazer em nome de Jesus, dando graças ao Deus Pai.

Devemos trafegar da nossa casa para o trabalho e do trabalho para a igreja com a mesma devoção. Todo o trabalho digno e honesto é uma liturgia de adoração ao Senhor.

Precisamos, à semelhança de Isaque, erguer altares ao Senhor enquanto caminhamos, enquanto trabalhamos, enquanto estudamos, enquanto vivemos.

Tudo o que somos e temos vem de Deus, e por tudo devemos dar a ele a glória devida ao seu nome.


E o Deserto Florescerá

Deus pode transformar o deserto em um pomar. A terra seca pode ser o palco de abundantes colheitas.

Podemos prosperar no deserto. O Deus de Isaque é o nosso Deus. Ele continua fazendo maravilhas na vida daqueles que crêem em sua Palavra e agem de acordo com os seus preceitos.

A crise não é um fim. Ela é apenas um meio pelo qual Deus o conduzirá a vitórias retumbantes.

Assim como o deserto não era o destino do povo de Israel, mas sim a terra prometida, a crise também vai passar na sua vida. Você está a caminho da terra prometida.

Seu destino é a glória. Por pior que pareça a situação, por mais amarga que seja a caminhada, por mais duro que seja o chão que você pisa, o seu deserto florescerá.


Hernandes Dias Lopes