Saudade

Jó 19.23-27

Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus (Fp 1.8).

O dicionário Aurélio define saudade como: “lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta”. É uma dor que alegra o coração. Chega uma hora em que somos separados de algo ou alguém que foi importante para nossa vida – como Paulo quando escreveu o versículo em destaque para os filipenses. Sentimos, então, uma grande tristeza e saudade. Por mais que esta dor seja ruim, ela vem acompanhada de um sentimento bom. A saudade materializa o passado, dando-nos uma sensação da presença quase real de algo perdido. Ela nos dá força para continuar vivendo o presente com satisfação. 
Mas será que podemos ter saudade de algo ou alguém que ainda não conhecemos pessoalmente, ou de um lugar onde não estivemos? Em um momento de grande aflição, Jó diz ter saudade do encontro com o seu Redentor, aquele que o defenderia: “Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim” (v 27, ARA). Talvez ele não soubesse, mas o próprio Senhor era seu advogado (1Jo 2.1).
Da mesma forma podemos ter saudade do momento maravilhoso em que estaremos diante de Deus. Tenho saudade da nova criação, do dia em que toda lágrima será enxugada de meus olhos e a dor não mais existirá. Anseio pelo céu: a presença visível de Deus, a santidade completa, a convivência com amigos distantes, o relacionamento íntimo e perfeito com todos e a vida eterna. Sentir esta saudade já nos alegra, pois podemos imaginar como será aquele dia. 
Um dos motivos pelos quais os cristãos não se sentem bem neste mundo é porque ele é provisório. Uma morada celestial está sendo preparada por Deus para seus filhos. Se você já faz parte desta família, talvez já tenha sentido saudade do céu. Tal sentimento nos anima a viver o momento presente buscando mais a Deus na certeza de que um dia estaremos diante dele. 

Com saudade anseia minha alma por ti, ó Deus!