Outro tipo de abraço
Leitura Bíblica: Romanos 1.8-12
Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo (Rm 15.2).
Martha Medeiros conta que estava lendo o livro de Paulo Hecker Filho, “Fidelidades”, no qual, numa de suas prosas poéticas, ele conta que, antigamente, deixava bilhetes, livros e quindins na portaria do prédio de Mário Quintana: “Para estar ao lado sem pesar com a presença”.
Hoje nós temos muita facilidade de nos aproximarmos das pessoas sem estarmos presentes. As redes sociais e aplicativos de mensagens têm nos dado a oportunidade de nos comunicarmos sem estar presente fisicamente. Embora isso tenha o lado ruim, quando nos acomodamos com a facilidade das mensagens de texto e já não nos reunimos nem para tomar um café. Mas tem também o seu lado positivo, como encurtar distâncias, adiantar reuniões e nos aproximar de muito mais pessoas. Como diz a crônica de Martha Medeiros: “Nem se discute que o encontro é indispensável. Mas é possível estar ao lado de quem a gente gosta por outros meios. Quando leio um livro indicado por uma amiga, fico mais próxima dela. Quando mando flores, vou junto com o cartão. Já visitei um pequeno lugarejo só para sentir o impacto que uma pessoa querida havia sentido, anos antes. Também é estar junto. Sendo assim, bilhetes, e-mails, livros e quindins na portaria não é distância: é só um outro tipo de abraço”.
Devemos aproveitar esta facilidade de estar próximo sem estar ao lado. Devemos tirar proveito da possibilidade de ajudar muita gente, de dar carinho através de simples mensagens de texto. Mostrar que nos importamos com os outros, mesmo através de meios que aparentemente são tão frios e impessoais.
O mundo mudou e temos que admitir que este outro tipo de abraço está presente. Ele veio não para substituir o contato pessoal, mas para facilitar e nos aproximar. Toda forma de demostrar amor é bem vinda quando sabemos utiliza-lá. Sejamos moderados quanto à comunicação virtual sem deixar de aproveitar as oportunidades que ela nos dá.
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